Quando a noite invade a minha alma sinto em mim a vertigem da saudade....
E neste momento em que o passado deixa de o ser para me torturar no presente, sinto o vazio que me envolve....
Houve em tempos um instante em que a minha alma foi o livro que as tuas mão habilmente exploraram, e agora parece que as palavras nele escritas se perderam na recordação de quem fui....
Mas a minha vida não terminou em ti, e a cada lágrima que o meu coração sufoca, vou reaprendendo a amar, a sorrir, a sonhar....
Aqui, enquanto resisto a esta doce loucura do amor que senti por ti, abandono-me aos braços que me envolvem, neste doce fingimento, neste refúgio daquele insano sentimento...
Hoje, como em demasiados outros dias, mas ainda assim mais que em qualquer outro dia, queria fingir....
Fingir que não é saudade o que sinto...
Fingir que o sabor dos teus lábios ainda vive nos meus...
Fingir que são os teus braços que me envolvem neste eterno inverno...
Fingir que estás ao meu lado não apenas nos momentos em que fecho os olhos...
Fingir que não é apenas o desejo que percorre o meu corpo mas sim as tuas mãos...
Hoje, como nos outros dias, quero fingir que não sonhei as recordações que vivem nas minhas lágrimas... e fingir que me amas como um dia eu te amei...
Existe em ti uma perfeição que o passado reinventou....
Nas recordações dos teus beijos mora o sabor mais doce que alguma vez provei...
A paixão em que os nossos corpos se consumiram alimenta a chama que me aquece nas noites mais gélidas da tua ausência....
Tens em ti o passado que me alimenta e a luz que me atormenta...
Quando me perco nas sombras são os teus braços que me envolvem e levam consigo o que resta da força com a qual tento lutar....
Ainda me perco no vazio à procura do teu olhar que descobriu pedaços de mim que nem eu sabia existir.....
Os meus pés descalços percorrem a imensidão de recordações que a felicidade de breves momentos deixou na minha solidão...
Questiono-me se alguma vez conseguirei atravessar o deserto que a tua ausência criou em mim...
Tenho nas minhas lágrimas a saudade de momentos que nem sei sequer se existiram....
Aqui, vazia de ti, perco-me no distante horizonte na esperança que os meus olhos encontrem o fantasma que deixaste na minha alma....
Vindo do mais recôndito recanto da minha memória, invades os meus sonhos...
Com esse teu corpo de homem reinventado pela minha paixão, percorres o meu corpo numa infrutífera tentativas de te transformares em algo que nunca foste...
Os nossos corpos consomem-se criando um fogo de ténues chama, demasiado ténues para aquecerem a minha alma e incendiarem o meu desejo...
Nos teus olhos negros a frustração por seres apenas a sombra do homem que por demasiado tempo me atormentou....
As minhas unhas cravam-se nas tuas costas quase perfeitas, na alucinada procura da utopia tantas vezes desejada....
Neste ténue chama, em que o desejo não consegue sobreviver, o sonho transforma-te nas cinzas do homem que nunca serás.......
Ténue chama que sobrevives do escasso combustível com que este mundo cruel te alimenta....
A tua luz é o desvaneio com que hipnotizo a minha alma...
Insano calor com que me envolves...
E a tua chama não se extingue, ela persiste no calor que o meu desejo lhe transmite....
Nas tuas mãos lânguidas me entrego, sabendo a disformidade com que os teus olhos me verão por caminhar neste fogo que teima em me consumir....
Nesta imensidão de sentimentos percorro o infinito horizonte na esperando vislumbrar o meu porto de abrigo.....
Neste lúgrebe espelho de mim permito que corra livre o amargo sabor da saudade....
A cada lágrima derramada renovo o vazio que existe em mim...
À derida na vertigem da solidão embarco na viagem da incerteza....
Insanamente vagueio na escuridão procurando as pedras com que construirei o abrigo da minha alma....
Navego neste pântano de sentimentos em busca da margem onde firmarei a minha felicidade....
Em cada parte de mim encontro a motivação que me impede de submergir num mar de dúvidas e recordações....
Num grito silencioso suplico aos meus sentidos a luz que os meus olhos me negam....
Do alto da tua existência percorres a vida timidamente....
Permitiste que se erguessemem teu redor as muralhas da insipidez....
No alto da torre do mais frágil dos castelos entregas a tua alma à escuridão do terror....
Encarcerado no mais recôndito recanto dessa tua redoma de cristal temes os estilhaços que poderão cravar em ti a plenitude do prazer....
Ao longe sopram os ventos que se propõem a inquietar o teu pretenso contentamento...
Apagas em ti a miragem que a tua alma te sussura, esquecendo que outros ta poderão murmurar....
Descubro nos teus olhos o fascínio da tua existência....
Com os teus lábios sussuras as notas da música que me enlea nos teus encantos...
Perco-me na candura das recordações...
Reinvento as loucuras partilhadas....
Em utopias nocturas exploras o meu corpo com a mesma intensidade com que os teus olhos percorreram a minha alma...
Perdida no deserto da incerteza, rendo-me à teia que o passado teceu em mim...
Procuro no céu o brilho das estrelas que caminham na terra...
Procuro na terra a luz da lua q ilumina a noite lá em cima no céu....
Procuro em mim as respostas que apenas tu me podes dar....
Procuro em ti a magia que apenas existe no meu olhar...
Suavemente permites que eu vá dominar o teu mundo....
Percorro cada milimetro da tua pele, fazendo-te experimentar prazeres que tu não ousas proferir...
Liberto a tua existência e levo-a comigo a lugares que tu ainda não sabias existir....
Rendes-te ao dominio da leviandade, e juntos percorremos o trilho da loucura....
Lentamente desfrutamos a fragrância da volúpia e aproximamo-nos da vertigem do teu devaneio...
......
Abres os olhos.... sorris.... prazeres loucos que encontrarás na dança do meu corpo....
Na janela da minha alma cruzam-se os minutos que algum relógio marcou num tempo passado....
Dentro de mim sobrevivem adormecidas as memórias de tempos idos...
Tamborilham nos vidros embaciados as lágrimas que alguém chorou... mas eu nego a mim própria a dor e a tristeza, na firme certeza que na infinitude do tempo vou guardar os doces sorrisos e não as amargas recordações....
Experimento o sabor agridoce da nostalgia, enquanto paira nos meus lábios o sorriso da felicidade vivida no passado, mas sentida eternamente....
Nos meus lábios ressequidos e insensíveis a simplesmente milagrosa gota de àgua alcança proporções inimagináveis....
Na cegueira nocturna a magnificiência da brilho da lua restitui a luz que faz resplandecer as lágrimas....
A inquietude do erro é infima ao lado da grandeza do risco...
Abdico da vida pelo inominável prazer de ensaiar a minha plenitude em cada retalho do passado...
Loucamente ciente do preço que pago pelos fragmentos de felicidade que acumulo no baú da minha alma, aceito renunciar à pérfida imortalidade....
Na reminescência do passado encontro a motivação para enfrentar a incerteza do futuro.....
Saboreio cada fragmento ao mais infimo pormenor, porque a cada regresso encontro um novo intuito da sua existência.... na sua intensidade a justificação da minha finitude.......
Subitamente vacilas entre a leveza da tua alma e o poder do teu corpo...
Estremeces o mundo em teu redor com cada gesto vibrante...
Sussurras liberdade na paixão que respiras....
Perco-me no ritmo da tua existência, entorpecida pela sinceridade da tua essência....
Aos teus pés a rendição insinua-se docemente...
Rendida à tua volúpia navego pelas nuvens...
No êxtase da tua ousadia entrego-me...
Interrompemos a escuridão ao ritmo da dança do silêncio....
Cegos ao sussurrar da vida em nosso redor, perdemo-nos na descoberta dos prazeres prometidos....
As palavras perdem-se nos lábios que se descobrem mutuamente....
Buscamos interminavelmente a inquietude partilhada.... a insana doçura.... e na suave tortura da rendição mutua à alma alheia descobrimos o pretexto da procura renovada....
Demasiadas vezes na vida tomamos por adquiridas demasiadas coisas...
Em inúmeros momentos, conduzidos por uma simples inconsciência ou por puro egoísmo, esquecemos de olhar em nosso redor....
Perdidos nas fés que nem sequer sabemos se professamos ignoramos as pequenas grandes dádivas que a cada momento fazem parte das nossas vidas...
Percorremos o caminho da vida apenas notando as pequeninas pedras q surgem no nosso percurso, cegos às maravilhas que a paisagem nos oferece....
Ingratos e mesquinhos, apenas valorizamos verdadeiramente as certezas da vida quando elas se tornam incertas....
Em média luz, o palco da vida onde nos encontramos prepara-se para assistir a mais um acto desta nossa farsa....
Os teus lábios sussurram no meu ouvido promessas de momentos memoráveis....
As tuas mãos percorrem cada pedaço de mim relembrando-me do prazer de existir....
Na tua boca encontro a fórmula mágica que me faz esquecer os meus lábios sequiosos pelos teus....
Procuro-te naquele momento em que não consigo mais satisfazer os meus desejos unicamente com os teus gestos....
A encenação continua e os nosso corpos perseguem-se mutuamente...
Nesta busca incessante, continuam as tuas mãos a percorrerem a minha pele e os meus lábios a saborerar a tua....
E quando a ilusão de termo-nos saciado mutuamente acontece, decidimos da forma mais insana redesenhar os nossos corpos...
Loucamente procuramos a satisfação de cada promessa sussurrada... de cada desejo murmurado....
Os segundos sucedem-se em minutos que se perpetuam nesta nossa loucura partilhada....
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Nos meus lábios os teus perdem-se em promessas de futuros actos, mas os minutos esgotaram-se e algures no palco a luz apaga-se e o pano sobe imprimindo o imperioso fim da nossa farsa ....
Ser-se forte nem sempre é uma opção viável....
Existem dias em que em nosso redor tudo conspira a favor da nossa fragilidade.... e cansada de lutar contra os montros que surgem no meu caminho exigindo da minha alma mais do que ela consegue alcançar, permito que a fragilidade me abrace....
Quando desisto de lutar contra esta tão cruel tentação os seus braços envolvem-me lentamente.... sufocam-me as lágrimas a tanto custo contidas e deixo que elas percorram a minha alma...
De tantas vezes lutar, há muito aprendi que nem sempre se pode vencer... e que em tantas outras vezes aquilo que perdemos nos vence....
Seria demasiada ousadia julgar que poderia ser sempre forte e invencível.... que a minha dor não me iria vergar em mim mesma....
Entregue a estes braços que me envolvem com o seu doce veneno abandono-me à minha pequenez e permito que as lágrimas encontrem o seu caminho....
Perdido entre sons e ritmos o meu corpo expressa-se a cd gesto e cd olhar.... desejos ondulantes q vagueiam pela minha alma e que os outros conseguem ver no meu corpo...
Olhos fechados.... braços perdidos q procuram o q os ritmos sussurram...
Suprema forma de amar o ser ausente... o ser inexistente...
Afinal o q é essa coisa de ser ser humano?
Ser-se humano é ñ ser perfeito.....errar uma e outra vez e saber viver com esses erros....
Todos os dias acordo de manhã, e em tantos deles recordo todos os passos errados q dei, ñ os posso desfazer, mas posso viver com eles pq sou apenas humana...
Ser-se humano é ser-se insatisfeito....procurando ser-se perfeito....
Qnd nessas tantas vezes recordo os meus erros, olho em frente e procuro os passos certos, evitando futuros erros... ser um pco mais humana, mas um pco menos imperfeita....
O ser q é humano é aquele q por mais q esqueça q o é, mais cedo ou mais tarde a vida o lembra q ele apenas humano...
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. Fogo...